No próximo dia 23 de junho (sexta-feira), o Cine Teatro Mauá de Arapongas vai receber a documentarista Inara Chayamiti, em seu pré-lançamento do filme “Onde as Ondas Quebram”. A programação integra o circuito cultural no Brasil. Ao todo, o longa-metragem terá nove sessões gratuitas, seguidas de debates e rodas de conversa com convidados (de 17 de junho a 08 de julho de 2023) em museus, espaços culturais, universitários e da comunidade, incluindo cinco cidades do Brasil (São Paulo, Londrina, Arapongas, Ribeirão Preto e Santos).
SINOPSE
No filme, a documentarista investiga sua identidade fragmentada colando peças da história de sua família e da saga nipo-brasileira, marcadas por duas diasporas entre lados opostos do mundo: Brasil e Japão. Partindo de um ponto de vista autêntico e de uma busca curiosa e afetiva, o filme constrói pontes geracionais e culturais, levantando fatos históricos e atuais, questões pessoais e universais.
O filme teve apoio do Museu da Imigração do Estado de São Paulo, Museu Histórico de Londrina (acervo filmo gráfico de Hikoma Udihara), Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil, Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social, Museu da Emigração e Centro de Intercâmbio Cultural de Kobe, Instituto Moreira Salles (acervo fotográfico de Haruo Ohara), Logan Nonfiction Program, Café Altinópolis, Maria Fumaça Campinas / Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, Trama Fantasm, Your Podcast, MommaLaw – Muller Mazzonetto, marmiroli comunicação, REN Brasil, Embaixada do Japão no Brasil, Imago Machina, Associação Japonesa de Santos e Prefeitura de Makurazaki.
Busca de identidade
Quando a documentarista Inara Chayamiti migra do Brasil para os Países Baixos, descobre-se estrangeira em sua própria terra natal. Ela, que se considerava uma típica brasileira no caldeirão do país, percebe agora o seu não-lugar: vista como japonesa demais no Brasil e nada japonesa no Japão. Começa então a buscar sua identidade fragmentada investigando a história de sua família. Como na arte japonesa de reparar cerâmicas com ouro, ela cola peças dessa história marcada por duas diasporas entre lados opostos do mundo: Brasil e Japão. Ao usar ouro em sua cola, o kintsugi valoriza a imperfeição e a história de cada peça.
Por considerar-se brasileiro, o pai de Inara rompeu com tradições japonesas e ate? mesmo casou-se com a mãe de Inara, uma uma “gaijin” (“estrangeira”) para a decepção de sua família. Sua batchan (avo?), nascida no Brasil, define-se como japonesa sem titubear. Seus tios vivem no Japão ha? 30 anos enquanto brasileiros. E apesar de suas primas terem nascido la?, elas são brasileiras que so? conhecem o Japão.
Afinal, o que torna uma pessoa brasileira, japonesa ou de qualquer lugar? Nascer em um lugar ou em outro? Crescer la? ou aqui? Entender sua cultura e língua? Amar um lugar? E o que significa ser vista como amarela? Como foi isso para seus bisavós e avós? Em sua jornada por respostas, ela percebe o quanto desconhece as memórias familiares e a história coletiva. Descobre que sua batchan, aos seis anos de idade, estava entre milhares de japoneses e descendentes que perderam tudo por serem vistos como inimigos no Brasil durante a Segunda Guerra. Porém, ela descobre que essa hostilização, na forma de racismo e xenofobia, ja? ocorria muito antes da guerra.
Como entender essas histórias invisibilizadas a partir da perspectiva de hoje e trazer mais peças para o kintsugi da pro?pria brasilidade?
*imigrantes japoneses e seus descendentes
Sobre a documentarista
Documentarista nipo-brasileira residente em Portugal, Inara Chayamiti conta histórias de não-ficcão ha? 14 anos. Em seus trabalhos, as pessoas são protagonistas de suas próprias narrativas.
Entre suas obras estão: “Yzalu? – Rap, Feminismo e Negritude” (exibido por In-Edit Brasil, Curta Kinoforum, MIMO e outros cinco festivais;
finalista da Semana Paulistana do Curta- Metragem, Prêmio CineB Solar); “Raam” (Prêmio do Público do SHIFT Film Festival/Cinesud); e “Volta na Quadra” (Prêmio NETLABTV e patrocinada pela Folha de S. Paulo). Foi fellow no Logan Nonfiction Program com o longa “Onde as Ondas Quebram”, que foi finalista no Sundance Documentary Fund e no Berlinale Talents.
Por meio de sua produtora, trabalhou para Greenpeace, Google, Marie Claire, Fundação C&A, GOL, entre outros. Durante duas temporadas, integrou a equipe internacional de “Legends Rising”, da Riot Games.
Foi video jornalista na TV Folha e nas editoras Globo e Abril. Formou-se em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina, foi integrante do Curso Abril de Jornalismo e do laboratório NETLABTV, fez especialização em cinema na universidade Anhembi Morumbi e estudou documentário no UnionDocs (NY). Fez ainda cursos focados em cinematografia, impacto, roteiro e empreendedorismo.
Veja mais:
Trailer: https://vimeo.com/821072515
Site: www.ondeasondasquebram.com