Um balanço exclusivo obtido pela reportagem da RICtv aponta que a região de Londrina, no Norte do Paraná, concentra quase a metade dos compartilhadores de pornografia infantil do Brasil. Os dados mostram que, nos primeiros meses do ano, quatro dos dez maiores criminosos monitorados pela PF de todo o país moravam na região.
Por conta dos números alarmantes, a Delegacia da Polícia Federal de Londrina, responsável por atuar em 88 cidades do norte do Paraná, passou a contar com um setor exclusivo para a apuração de crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes. Em seis anos, mais de 80 inquéritos foram abertos pelas equipes, que fazem a investigação levando em conta a movimentação de fotos e vídeos suspeitos no ambiente virtual.
Entre os 40 encontrados na região, praticamente metade dessas investigações foram abertas neste ano pela PF. São 39 inquéritos instaurados contra suspeitos que armazenavam o material em celulares e computadores e também compartilhavam os arquivos contendo pornografia infantil com outras pessoas pela internet.
O número já é cinco vezes maior se comparado aos seis inquéritos abertos pela PF em todo o ano passado. As investigações resultaram na realização de 19 operações em 2022: 14 homens foram presos durante os trabalhos, seis deles nas últimas semanas.
Além de atuar de forma repressiva, a polícia trabalha para prevenir o registro de ainda mais casos. De acordo com o delegado Kandy Takahashi, os pais e responsáveis precisam ficar atentos com o material que os filhos têm acesso no ambiente virtual. Mesmo em aplicativos considerados seguros, os cuidados têm que ser constantes.
“A gente não sabe e a criança também não, se realmente, a pessoa do outro lado é uma criança. E as consequências não são apenas virtuais, por isso, é necessário gerar esse alerta aos pais, que não entreguem simplesmente o celular para o filho”, ressaltou.
As equipes fazem o mapeamento dos endereços dos suspeitos e vão às ruas para o cumprimento dos mandados expedidos pela Justiça. Normalmente, o material é encontrado em computadores e HDs externos que os suspeitos mantêm na tentativa de despistar o rastreamento por parte da polícia.
Informações: RicMais