O laudo da necropsia feita no corpo de Rian Brito, constatou que o neto de Chico Anysio morreu por asfixia por afogamento, segundo informações da Polícia Civil. Titular da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), a delegada Elen Souto disse que a identificação foi confirmada por papiloscopia. O corpo foi periciado no Instituto Médico Legal (IML) de Macaé e identificado também pela pela impressão digital de Rian.
Encontrado na Praia do Valão, no bairro Flexeiras, em Quissamã, o corpo estava em estado avançado de decomposição. Foi encontrado a 25 quilômetros do local onde o jovem deixou a camisa, o par de chinelos e os documentos: carteira de identidade, cartões do banco e do plano de saúde. Um pescador, que passou pelo local, chamou a Defesa Civil e a Guarda Municipal. O coordenador da Defesa Civil de Quissamã, Amaro Garcias, ele estava perto da arrebentação e a maré poderia levá-lo de volta.
“Uma pulseira no braço direito, o cordão no pescoço e a bermuda nos deram a certeza de que era ele. Naquele local, ninguém arrisca cair no mar. É lugar de difícil acesso, mar aberto, muito isolado”, disse o comandante.
A delegada Elen Souto, titular da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) , disse na manhã desta sexta-feira (4) que não acredita na hipótese de suicídio. Segundo ela, o rapaz de 25 anos tinha o hábito de meditar e jejuar, por isso, ele poderia estar fraco no momento que entrou no mar.
“O Rian tinha o hábito de meditar e jejuar. Ele pode ter resolvido entrar no mar e como devia estar bastante debilitado por falta de água e comida, pode não ter conseguido enfrentar o mar perigoso daquela praia. Falei com várias pessoas que disseram que nem os nativos costumam entrar naquela praia pela correnteza forte, e logo que a pessoa entra no mar pode cair num valão”, disse a delegada, que acrescentou: “Ele não tinha nenhum motivo para tirar a própria vida. O corpo dele foi encontrado justamente no dia em que ele ia lançar um CD. Acreditamos que ele realmente estava indo para meditar e ocorreu o afogamento.”
Elen Souto disse que ainda vai investigar o computador de Rian Brito Neto para saber as buscas que ele realizou sobre a reserva de Quissamã. Segundo ela, a região não era conhecida pela família do rapaz, mas tinha o perfil que Rian procurava para meditar. Um outro detalhe citado pela delegada é de que Rian parece ter planejado com antecedência a viagem, pois enganou a mãe ao dizer que ia para a autoescola, mas nem chegou a entrar no local.
A polícia ainda vai traçar o caminho feito pelo jovem após o desembarque da rodoviária da cidade até o local que ele entrou na reserva de Jurubatiba. A delegada não sabe se ele foi de táxi ou se seguiu a pé. O telefone do rapaz, que foi deixado em casa, foi periciado, mas nada foi encontrado. Segundo Elen Souto, ele não possuia muitos amigos, apenas os membros da banda que ele tocava.
Na quinta-feira, a delegada sobrevoou a região num helicóptero cedido pela Petrobras, que tem um convênio com o Instituto Chico Mendes. Na ocasião, uma pessoa que estava na praia acenou para o helicóptero para mostrar a localização do corpo. Imediatamente equipes do parque e da Defesa Civil foram acionados. Segundo a delegada, além de uma pulseira e um cordão usado pelo jovem, a identificação foi feita por meio de impressão digital no IML de Macaé. “Já vinha alertado a família sobre as dificuldades e também sobre estado em que o corpo seria encontrado”, disse Elen Souto.,
Os pais de Rian Brito não foram ao local onde o corpo foi encontrado, distante 25 quilômetros de onde os documentos e roupas do jovem foram encontrados no domingo. Eles permaneceram no Aeroporto de Macaé aguardando notícias.