“Contribuir para a promoção do parto e nascimento saudáveis e a prevenção da morbimortalidade materna e perinatal”. Este é o objetivo do projeto de extensão “Visita à maternidade de alto risco: conhecendo o desconhecido”, coordenado pela enfermeira, obstetra e professora Keli Regiane Tomeleri da Fonseca Pinto, do Departamento de Enfermagem, do CCS (Centro de Ciências da Saúde) da UEL.
O projeto está registrado na área de Saúde Humana, conforme classificação do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Atrelado às Políticas Públicas “Rede Cegonha”, do Ministério da Saúde, e “Rede Mãe Paranaense”, do Governo do Paraná, as atividades desenvolvidas são pautadas na vinculação da gestante à maternidade, buscando contribuir para a redução da mortalidade materna e infantil.
A Lei Federal nº 11.634, de 27 de dezembro de 2007, afirma que é direito da gestante conhecer e estabelecer vínculo antecipado com a maternidade na qual receberá assistência no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde). De acordo com a professora, o projeto faz cumprir essa lei. “Além de tirar dúvidas, o projeto faz com que a paciente conheça a maternidade antes do parto para que ela conheça o ambiente, os profissionais que farão o acolhimento, para desmistificar os medos e o receito que ela tem”, explica.
O projeto tem capacidade para atender 50 gestantes e 50 acompanhantes por mês, provenientes dos 21 municípios da 17ª Regional de Saúde do Paraná. Segundo a docente, o público-alvo são gestantes atendidas no ambulatório de especialidades do HU (Hospital Universitário) da UEL, que apresentam gestação de risco. Até o momento, a equipe do projeto já conseguiu atender 258 gestantes e 196 acompanhantes.
Além da visita à maternidade, foram realizadas rodas de conversa sobre o papel do acompanhante e o procedimento para registro de nascimento da criança. A proposta é diminuir o estresse e a ansiedade, bem como sanar dúvidas para favorecer a criação de um ambiente acolhedor na hora do parto. As atividades foram desenvolvidas por alunos da graduação do curso de Enfermagem, com orientação da professora.
Adaptação na pandemia
Durante a pandemia, as visitas foram interrompidas, seguindo as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) para o controle do número de casos da Covid-19. Para contornar a situação e continuar com os trabalhos de acolhimento e educação das gestantes, o projeto passou por algumas adaptações.
De acordo com Keli, a equipe produziu um vídeo apresentando o espaço da maternidade, o qual foi disponibilizado para as gestantes do ambulatório, que continuaram realizando o pré-natal. Além disso, recentemente foi criado um perfil em uma rede social com o intuito de orientar as pacientes na fase do retorno das atividades presenciais. “Nós tivemos que nos adequar”, acredita a docente. “Não é o que queríamos porque queríamos o contato físico, mas nesse momento de pandemia é o que podemos proporcionar”, afirma.