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Arapongas

Conheça um pouco da história da família que construiu o Cine Mauá

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Marcilio Codato: Amor pela arte, amor pelo cinema…

O cinema é um local que sempre chamou a atenção das pessoas. Muitos têm várias histórias para contar sobre um filme que marcou sua vida e que guarda até hoje em sua memória. O que muitos não sabem é que por trás de uma estrutura cultural, há pessoas que lutam para trazer momentos de lazer e de pura diversão para todos os que adoram frequentar as salas dos cinemas. Em Arapongas não foi diferente. O “Cine Mauá” marca positivamente a história cultural da cidade, sendo palco de muitos espetáculos, bem como vitrine das mais variadas expressões artísticas e culturais da população araponguense. Foi construído em 29 de maio de 1955, pela família Codato. Marcilio Codato, foi quem administrou o cinema, desde então. Segundo sua esposaJulice, Marcilio sempre foi apaixonado pelo o que fazia. E vale a pena saber um pouco dessa história que cooperou culturamente para a cidade de Arapongas, pois eles passaram por muitas lutas para manter o cinema aberto.
“Nós saíamos daqui e íamos para São Paulo para alugarmos os filmes para serem exibidos. A vida dele era o cinema”, contou sua esposa.
Ainda segundo a esposa, houve uma época em queeles tiravam dinheiro do próprio bolso para manter o cinema funcionando. Pois a falta de público acabava fazendo com que eles pagassem para trabalhar.
Outro momento crítico vivido pela família Codato foi a época da ditadura, em que eles precisavam ir até Londrina, pedir autorização para a polícia, e os filmes só eram exibidos após serem aprovados. Em 2002, mesmo após lutar tanto para que as portas continuassem abertas,Marcilio sofreu uma grande decepção. O prédio foi desapropriado pela prefeitura. Segundo a lei, a desapropriação é o ato pelo qual o Poder Público, mediante prévio procedimento e indenização, em razão de uma necessidade ou utilidade pública, ou ainda diante do interesse social, despoja alguém de sua propriedade e a toma para si, portanto a Prefeitura tem que fazer a indenização.
Codato recebeu a notícia em sua casa. A notícia o levou a depressão e só veio a se recuperar com a ajuda da família. “O oficial bateu na nossa porta e avisou que o prédio estava sendo desapropriado. Na época recebemos um valor bem menor do que realmente valia, mas acabamos aceitando, para evitar briga na justiça. Pois sabíamos que seriam longos anos de desgaste”, contou.
Mesmo não podendo fazer mais o que amava. Marcilio continuou morando em seu apartamento que fica ao lado do cinema. “Ele sempre dizia que só iria sair daqui morto. E infelizmente foi assim que aconteceu”.
Marcilio veio a falecer no dia 6 de outubro de 2015, aos 82 anos, dentro do seu apartamento. “ Sua vida era aqui e se encerrou aqui”, finalizou Julice.

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