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Investidores aproveitam real fraco para comprar imóveis no Brasil com reservas de dólar

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A escalada do dólar frente ao real tem sido constante desde o início da crise econômica. Nos últimos 12 meses a desvalorização da moeda brasileira frente a americana foi de 45%, segundo levantamento feito pela TOV Consultoria a pedido da CBN. O real lidera o ranking mundial como a moeda que mais se desvalorizou. O que para uns pode ser uma dor de cabeça, para outros é uma oportunidade de negócio. O mercado imobiliário apresentou em 2015 números bem aquém de anos anteriores.

Segundo dados da Federação Internacional das Profissões Imobiliárias, o número de unidades lançadas em São Paulo até o mês de outubro deste ano caiu 31,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Mas, para quem tem dólar guardado esta pode ser a oportunidade para comprar uma casa, um apartamento ou até mesmo um terreno.

De acordo com o índice Fipe/Zap, o preço médio dos imóveis nas principais capitais está no mesmo patamar que na década de 1980, se for cotado em dólar. Oportunidade perfeita para o brasileiro que mora fora, diz o pesquisador Eduardo Zylberstajn.

‘A gente nota que, com a cotação em dólar, o patamar é o mesmo de 1980. O investidor que usa o dólar vê uma mudança brusca do mercado de alguns anos para cá.’

Diante deste cenário, as construtoras brasileiras investem pesado no mercado internacional de olho justamente naqueles que têm o sonho de voltar para o país e tem dólares guardados. Ao menos duas construtoras que têm empreendimentos em todas as regiões do Brasil já planejam intensificar o marketing voltado para o mercado europeu e americano. Segundo Gustavo Reis, gerente de marketing da Tecnisa, o volume de negócios deste segmento cresceu 40% desde setembro.

‘O crescimento é muito expressivo. O que percebemos é que houve crescimento na procura e no interesse.’

A MRV Engenharia decidiu aproveitar a desvalorização do real frente ao dólar para vender imóveis a brasileiros residentes nos Estados Unidos. A meta é comercializar até 70 unidades por mês. Isso correspondente a um faturamento de até R$ 150 milhões. Para Rodrigo Resende, diretor de vendas da construtora, esta é a chance de contornar a crise instalada no Brasil.

‘Não é só a MRV, outras construtoras estão interessadas nesse mercado. É uma saída para a indústria driblar a crise.’

E não são só os brasileiros que estão de olho neste momento de câmbio favorável para quem tem dólares. A Blackstone, uma das maiores gestoras de ativos alternativos do mundo, pretende abrir ainda este ano um escritório próprio em São Paulo. Recentemente, a companhia adquiriu imóveis no Rio de Janeiro e pretende investir em construtoras brasileiras nos próximos anos.

Situação semelhante da Global Logistic que comprou mais de 30 imóveis industriais no país. O aporte investido pela empresa que oferece soluções em logística foi de mais de R$ 1 bilhão desde o ano passado.

Fonte: CBN – Por Cesar Rosati

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