Com o alto número de casos de depressão identificados no Brasil, é importante ficar atento aos sinais de surgimento da doença e buscar ajuda médica para conseguir uma avaliação profissional sobre o quadro de saúde. Pesquisa do Ministério da Saúde, divulgada na semana passada, mostrou que, em média, 11,3% dos brasileiros relatam diagnóstico médico do transtorno mental – especialistas acreditam que a pandemia agravou esse cenário. O tratamento pode envolver sessões de psicoterapia e também a administração de remédios.
Os episódios de depressão podem ser leves, moderados ou graves. Inicialmente, o paciente deve ficar atento a sintomas como tristeza persistente, humor deprimido (desânimo, baixa autoestima, sentimentos de inutilidade), perda de interesse em atividades antes apreciadas, alterações no apetite, ganho ou perda de peso súbita, insônia, excesso de sono e fadiga acentuada. É importante verificar se a mudança permanece por quatro semanas, assim com a interferência dos sintomas na rotina diária.
O diagnóstico e o tratamento da doença podem ser feitos na rede pública ou privada. A partir da confirmação, o paciente é encaminhado para acompanhamento especializado. Neste momento, o apoio de familiares e amigos é fundamental.
Atendimento no SUS (rede pública)
Segundo o Ministério da Saúde, o diagnóstico da depressão é clínico, feito pelo médico após coleta completa da história do paciente e realização de um exame do estado mental. Não há exames laboratoriais específicos para diagnosticar depressão.
O tratamento é medicamentoso e psicoterápico, podendo ser realizado na Atenção Primária, nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e nos ambulatórios especializados. Ou seja, quem precisar de atendimento relacionado saúde mental no Sistema Único de Saúde (SUS) pode procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência, que deverá providenciar os encaminhamentos a serviços especializados, além das unidades de Caps. Confira aqui os endereços.
Conforme informações da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, o SUS no Estado paulista ampliou a rede de Caps nos últimos anos. Hoje, são 552 serviços, ante 325 em 2011. Essa ampliação inclui as unidades criadas por meio do programa estadual “Saúde em Ação”.
Estes equipamentos estão sob responsabilidade dos municípios e se destinam ao atendimento aos pacientes que precisam de cuidados na área da Saúde Mental. A Secretaria de Estado da Saúde também auxilia a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) do SUS, com apoio técnico e qualificação de colaboradores por meio de treinamentos.
O governo paulista oferta também acolhimento psicológico virtual por meio do Programa Autoestima, desenvolvido com empresas e entidades parceiras para fazer frente aos impactos emocionais e socioeconômicos da pandemia de covid-19.
A iniciativa oferece cursos de capacitação a profissionais de saúde do SUS na área de Saúde Mental e também faz acolhimento psicossocial aos cidadãos. Quando necessário, o paciente recebe encaminhamento às unidades de saúde para continuidade do atendimento. Clique aqui para mais informações.
Tratamento no IPq, da USP
O Instituto de Psiquiatria (IPq), a exemplo de todo o Complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), é uma instituição de alta complexidade, assim, há duas formas para tratamento no instituto:
O Caps ou a UBS considera o caso do paciente de alta complexidade, e solicita, via sistema interligado, avaliação do caso. Ou seja, casos que forem mais graves são encaminhados para institutos especializados.
Por meio de projetos de pesquisa que buscam pacientes voluntários. Neste caso, o IPq tem vários com vagas abertas para inscrições para triagem. Veja aqui a lista completa das vagas disponíveis no momento.
Cobertura pelos planos de saúde
A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) afirma que as operadoras de planos de saúde prestam todo o apoio especializado desde o diagnóstico, incluindo consultas com psicólogos, psiquiatras, neurologistas, terapeutas e procedimentos e exames específicos, em atenção ao disposto no rol de eventos e procedimentos em saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável pela regulação do setor.
“Na rede privada, o paciente deve procurar primeiramente um psicólogo, que possa conversar e entender um pouco melhor do histórico, fazer triagem, e, se necessário, fazer encaminhamento para um psiquiatra. Por sua vez, o psiquiatra fará avaliação e prescreverá medicamentos para melhorar o quadro de depressão da pessoa”, acrescenta Washington Fonseca, especializado em Direito Médico e mestre em Direito pela PUC-SP.
Atendimentos psicológicos gratuitos oferecidos por universidades
Entidades de ensino oferecem apoio psicológico gratuito para pessoas que necessitem de apoio emocional. Auxiliam os pacientes e passam orientações que devem ser tomadas em casos mais graves da doença.
Serviço-Escola de Psicologia Mackenzie
Rua Piauí, 181, Higienópolis
(11) 2114-8342
Para falar presencialmente, a pessoa pode ir até o local de 2ª a 6ª feira das 7h às 22h.
Clínicas de Psicologia da Uninove
Unidade de Santo Amaro: (11) 5546-9014
Unidade Memorial D: (11) 3823-9081
Unidade Vila Prudente: (11) 2392-9096
Unidade Vila Maria: (11) 2633-9301
O atendimento é gratuito e ocorre em três períodos: manhã, tarde e noite.
Núcleo de Estudo e Atendimento Psicológico (NEAP) da Universidade Cruzeiro do Sul
Câmpus São Miguel
De segunda a sexta-feira, das 10h às 21h; aos sábados, das 9h às 12h
(11) 2037-5853
Rua Taiuvinha, 26
Câmpus Liberdade
De segunda a sexta-feira, das 10h às 21h; aos sábados, das 9h às 12h
Rua Galvão Bueno, 868, 4º andar do bloco B, sala 411
(11) 3385-3108
Câmpus Anália Franco
De segunda a sexta-feira, das 10h às 21h; aos sábados, das 9h às 12h
Avenida Regente Feijó, 1295 – 1º andar – Ed. Luiza
(11) 2672-6219
Serviço de atendimento psicológico online na PUC-SP
Clínica Psicológica Ana Maria Poppovic
Acolhimento, triagem, orientações e intervenções breves em tempos de pandemia com
(11) 3862-6070