A Polícia Civil confirmou que uma família de Apucarana (norte do Paraná) registrou boletim de ocorrência denunciando que um mesmo túmulo no Cemitério Cristo Rei foi vendido duas vezes e a ossada de uma parente que estava na sepultura sumiu. Uma moça desconhecida da família, chamada Daiane Guimarães, 25, que morreu no dia 25 março, está sepultada no local.
A denúncia foi feita por Munira Eliane de Melo. Ela é filha de Juliana Margarida de Melo, pessoa que comprou o terreno no cemitério, conforme “Título de Aforamento Perpétuo, referente ao terreno sob número 113, quadra 43, datado em 13/08/1984″. Ela detalhou que ao visitar túmulo da família, no último domingo (08), Dia das Mães, constatou que a sepultura havia sido vendida, outra pessoa estava sepultada no local e o restos mortais de uma parente dela haviam supostamente desaparecido.
Em seguida Munira manteve contato com Aserfa, responsável pela administração do Cemitério Cristo Rei. Ela afirma que não teria recebido a devida atenção de funcionários da autarquia, além de não receber explicação plausível sobre a situação. Por essa razão, ela registrou o boletim de ocorrência na Polícia Civil. Fontes da Aserfa confirmaram que a sepultura onde estavam os restos mortais da parente de Munira teria sido vendida, mas ninguém soube informar ainda onde estão os restos mortais da familiar dela. Ela acrescentou que servidores da autarquia teriam lhe proposto um acordo e caso não aceitasse, Munira “teria que procurar a Justiça para resolver a situação”.
GARANTIA DE SOLUÇÃO
Já o atual superintendente da Aserfa, Marcos Bueno, garantiu que a situação seria resolvida, com a retirada do corpo da moça sepultada no túmulo, que seria enterrado em outro local.
O advogado de Munira, Paulo Henrique Campos, reiterou que sua cliente entrou em contato com a Aserfa e foi confirmado que houve um erro e o mesmo túmulo havia sido vendido pela segunda vez, com a justificativa de que Munira deveria ter feito o recadastramento da sepultura, conforme determinação expressa em decreto do Executivo Municipal. “Ela já havia ido na Aserfa na época do decreto e foi informada que o recadastramento nesse caso de título de aforamento perpétuo não seria necessário”, disse o advogado.
Paulo Henrique Campos adiantou que entrará com uma queixa no Ministério Público (MP) e com uma ação contra a Aserfa e a Prefeitura do Município de Apucarana. O diretor-presidente da Aserfa na época dos fatos era o vereador Vladimir José da Silva, que ainda não se pronunciou a respeito do assunto. Munira acrescentou que o Ministério Público já estaria investigando outras supostas vendas ilegais de túmulos e terrenos em cemitérios do município.
“APURAÇÃO CRITERIOSA”
Assim que tomou conhecimento do fato, o Prefeito de Apucarana, Beto Preto, determinou “apuração criteriosa dos fatos. “Vamos tomar todas as providências necessárias para resolver essa situação o mais rápido possível”, assegurou Beto.
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