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Sucuri grávida atropelada em estrada tinha mais de 100 filhotes; vigilância recolhe animais para exposição em museu

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A equipe da Vigilância Sanitária retirou a sucuri-verde (Eunectes murinus) morta e com vários filhotes expelidos da barriga ao ser atropelada em Porto dos Gaúchos, a 644 km de Cuiabá, nessa segunda-feira (6). A princípio, era estimado que cerca de 40 filhotes haviam morrido. No entanto, após a contagem durante o recolhimento, a equipe contabilizou mais de 100 filhotes.

De acordo com o fiscal sanitário, Josias Campinas, não foi possível ter o número exato, pois alguns estavam esmagados na estrada e outros ainda estavam na barriga da mãe.

Ao g1, o biólogo Henrique Abrahão Charles disse que a média de filhotes de uma sucuri-verde é de 40, tendo registro de até 60. Para ele, a contagem de 100 filhotes é algo impressionante.

 

“Isso é um indicador de que quando a sucuri passa de 5 metros, ela pode gerar mais que o dobro da média de filhotes. Isso é importante ser registrado, pois são raros registros como este”, declarou.

 

O trabalho de retirada contou com o apoio de outro fiscal sanitário e um trabalhador de uma fazenda na região, que estava de passagem e parou para ajudar. Segundo Josias, o recolhimento durou um pouco mais do que deveria, cerca de 20 minutos, devido o local ser perigoso.

“O local dificulta a visão dos motoristas, esse fator pode ter colaborado para o atropelamento do animal”, contou.

O que será feito?

A cobra e os filhotes mortos foram levados para o Departamento de Vigilância Sanitária do município. A pele e o crânio da sucuri foram retirados e o restante foi enterrado junto com os filhotes.

Josias contou que irão fazer o trabalho de curtimento, processo de transformar a pele de um animal em couro, através de uma reação química. O objetivo é deixar o couro e o crânio expostos no museu da cidade.

Tipos de sucuris

De acordo com informações do Instituto Butantan, a sucuri-verde pode atingir até sete metros e pesar mais de 130kg.

Em conversa com o g1, o biólogo explicou que apesar da espécie ser considerada a maior serpente das Américas do Sul, Central e do Norte, a espécie não é venenosa, mas sim constritora. Isso significa que essas cobras usam a força muscular para imobilizar e matar suas presas por asfixia.

De acordo com o Butantan, a sucuri se alimenta somente de carne e caça por espreita, à beira da água. Maníferos, aves, répteis e peixes estão entre os principais alimentos da espécie.

Há três tipos de sucuris no Brasil:

  • A eunectes-murinus, conhecida como sucuri-verde, é encontrada em 20 estados. Ela é a mais comum na região Norte do país;
  • Eunectes deschauenseei, conhecida como sucuri-malhada – é encontrada no Amapá e Pará;
  • Eunectes notaeus, conhecida como sucuri-amarela – é encontrada no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Informações: G1

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