A nova tragédia envolvendo a Vale, em Minas Gerais, não pode ser considerada como um simples acidente. O rompimento da barragem em Brumadinho repetiu o fato ocorrido em Mariana, também em Minas, em novembro de 2015. Os erros são os mesmos: falta de fiscalização e desrespeito às leis ambientais.
A barragem da mineradora Vale rompeu em Brumadinho pouco depois do meio-dia de sexta-feira. Um mar de lama destruiu casas das redondezas e também a área administrativa da companhia.
O novo episódio precisa não apenas servir de reflexão, mas provocar mudanças na questão ambiental dessas empresas. Caso contrário, novas tragédias como essa tendem a se repetir.
Somente em Minas Gerais, a Vale tem inúmeras barragens do tipo e há, sim, riscos de novos rompimentos. Além das vidas perdidas, os danos ambientais são imensos e permanentes.
Em Mariana, 19 pessoas morreram em novembro de 2015. Na oportunidade, o rompimento da barragem destruiu o povoado de Bento Rodrigues. Foi o maior desastre ambiental da história brasileira, que mudou para sempre a história do Rio Doce, um dos mais importantes de Minas Gerais. No entanto, pouco se avançou na regulamentação ambiental desses empreendimentos.
Essa nova tragédia mostra que é fundamental tornar mais rigorosa a legislação ambiental e ampliar a responsabilização das empresas. Mineradoras, como a Vale, precisam dar garantias de prevenção e devem, sim, ser punidas com multas milionárias no caso de descumprimento das regras. Além disso, o governo federal precisa melhorar a estrutura dos órgãos ambientais.
Esse novo caso em Minas Gerais precisa abrir os olhos do governo de Jair Bolsonaro, que vinha defendendo o afrouxamento das leis ambientais. Os casos de Mariana e agora de Brumadinho mostram que esse posicionamento é equivocado.