Brasília – Fechada há dois anos, a Avibras deve ganhar fôlego para retomar a produção de mísseis e foguetes: a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) decidiu apoiar a recuperação da companhia e criar, no colegiado, um mecanismo para acompanhar o processo.
Por iniciativa do presidente da CREDN, deputado Filipe Barros (PL/PR), o colegiado realizou audiência pública nesta terça-feira, 2, para discutir a situação da empresa. A Avibras aguarda um aporte de R$ 300 milhões para retomar a produção a partir de janeiro.
“Nós vamos criar, no âmbito da CREDN, um mecanismo de acompanhamento de todo o processo de recuperação da AVIBRAS. Este é um assunto do Brasil, diz respeito à nossa soberania e ao nosso desenvolvimento científico e tecnológico”, afirmou Filipe Barros.
De acordo com o deputado, “a prioridade, neste momento, é assegurar os recursos necessários para a empresa voltar à ativa. Com este impulso, a Avibras ganhará fôlego para voltar ao mercado”. Ele revelou, ainda, que terá uma conversa com o relator do Orçamento de 2026 para tratar do assunto. Detalhes sobre o mecanismo de acompanhamento não foram divulgados.
Soberania e previsibilidade
Na avaliação da ex-deputada Perpétua Almeida, “se não abrirmos os olhos, podemos perder a Avibras para alguma potência estrangeira. A Avibras está para mísseis e foguetes como a Embraer está para aviões. Precisamos encontrar os recursos que nos permitam salvá-la”, defendeu. Ela reforçou a necessidade de aprovação da PEC dos 2%, conhecida como PEC da Previsibilidade, classificada como crucial para evitar a descontinuidade dos Projetos Estratégicos da Defesa.
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Mercado e retomada da produção
O diretor-presidente da Avibras Indústria Aeroespacial S/A, Fábio Guimarães Leite, afirmou que a empresa está recuperando clientes, especialmente no mundo árabe, e que o aporte de R$ 300 milhões ainda em 2025 permitirá à companhia gerar receitas já no próximo ano. “Trata-se da maior empresa bélica do mundo. Vários países como Catar, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Indonésia, têm interesse nos nossos produtos”, assinalou.
Segundo Leite, a Avibras também está “renegociando todos os contratos com o Exército e resgatando a confiança na empresa”. O objetivo é acelerar a volta ao mercado assim que os recursos forem assegurados.
Debate com governo e setor
A audiência reuniu representantes do governo e de entidades: Miguel Ragone de Mattos, Secretário-Geral Adjunto do Ministério da Defesa; Perpétua Almeida, diretora da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI); Rodolfo Queiroz Laterza, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (ADEPOL DO BRASIL); e Fábio Guimarães Leite, diretor-presidente da Avibras.
Com o apoio anunciado pela CREDN e a criação de um mecanismo de acompanhamento, os próximos passos passam por assegurar o aporte financeiro e avançar no diálogo com o relator do Orçamento de 2026. Informações adicionais sobre prazos e operacionalização do mecanismo não foram divulgadas.
Fonte: Assessoria de Imprensa – CREDN
