Arapongas treina equipes para implante contraceptivo gratuito no SUS

Arapongas é um dos 38 primeiros municípios do Paraná a incorporar ao SUS o implante subdérmico contraceptivo de etonogestrel, tecnologia conhecida como Implanon NXT, que custa entre R$ 2 mil e R$ 4 mil na rede privada e passará a ser ofertada gratuitamente. Para garantir uso seguro e qualificado, médicos e enfermeiros participaram de capacitação no Centro Integrado da Saúde da Mulher (Cisam) com representantes do fabricante.

“Arapongas sai na frente com os treinamentos a respeito da aplicabilidade do implante subdérmico, que vai entrar dentro do braço da mulher. É um novo método contraceptivo que o SUS vem adotando, muito importante para reforçar ainda mais a lista de métodos contraceptivos no nosso município. Então, é um avanço e é importantíssimo para o SUS em Arapongas”, avalia o secretário municipal de Saúde, Carlos Eduardo Arruda.

De acordo com a Prefeitura, o método estará disponível em breve na rede municipal de Saúde.

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Implante: o que é e por que importa

O implante de etonogestrel é um contraceptivo reversível de longa duração (LARC), com eficácia de até três anos e retorno rápido da fertilidade após a remoção. Considerado altamente eficaz, reduz falhas comuns ligadas ao uso contínuo de anticoncepcionais diários ou mensais. Sua incorporação ao SUS foi estabelecida pelas portarias MS nº 47 e 48, de 8 de julho de 2025, com previsão de distribuição nacional de 500 mil unidades ainda em 2025 e expansão para 1,8 milhão até 2026.

A estratégia busca enfrentar a gestação não intencional. Dados da pesquisa Nascer no Brasil II (2021/2023) indicam que entre 33% e 40% das gestantes avaliadas não planejaram a gravidez. Em 2022, partos de parturientes até 19 anos representaram 12,3% de todos os nascimentos no País.

Para o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, a iniciativa fortalece os direitos sexuais e reprodutivos: “Ampliar o acesso ao implante é dar mais autonomia e segurança às mulheres paranaenses. Estamos garantindo uma rede preparada, com profissionais qualificados e um método moderno, eficaz e seguro. Investir em planejamento reprodutivo é investir em saúde, dignidade e futuro”.

Conforme critérios do Ministério da Saúde, o dispositivo será disponibilizado para adolescentes e mulheres em idade fértil, somando-se aos métodos já ofertados pelo SUS, como DIU de cobre, pílulas, injetáveis, preservativos, laqueadura e vasectomia.

Oficina e treinamento

No fim de novembro, a Sesa, em parceria com o Ministério da Saúde, promoveu oficina de qualificação para profissionais dos 38 municípios referência das 22 Regionais de Saúde, com a presença de médicos, enfermeiros, gestores, representantes do Coren/PR e do Cosems/PR. Foram distribuídos kits com cartilhas, aplicadores e placebos, além de treinamento em braços anatômicos com materiais de simulação para inserção e retirada. Gestores também discutiram organização da oferta, fluxos assistenciais e planejamento territorial.

A enfermeira e consultora técnica da Coordenação-Geral de Atenção à Saúde das Mulheres (CGESMU/MS), Camila Farias, destacou que ampliar a oferta dá mais liberdade e autonomia às mulheres. Segundo ela, o implante é o método reversível de longa duração mais seguro e eficaz disponível atualmente: “Estamos aqui para reforçar a importância da habilidade técnica, fornecer o insumo e a informação adequada para a população. Temos que fortalecer todos os métodos [contraceptivos] e entender qual o melhor para aquela pessoa que busca a unidade de saúde”.

Distribuição no Paraná

O Paraná recebeu 25.620 unidades do implante, já distribuídas integralmente aos municípios. Inicialmente, conforme diretrizes federais, 38 cidades com mais de 50 mil habitantes foram contempladas. A previsão é que, no próximo semestre, o método esteja disponível em todas as 22 Regionais de Saúde. Segundo a Sesa, as Regionais, em conjunto com os municípios, definirão fluxos, equipes qualificadas e ampliarão gradualmente a oferta.

A chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher da Sesa, Carolina Poliquesi, afirmou que a incorporação garante direitos na escolha e no momento de ter filhos, especialmente para quem não pode usar outros métodos já disponíveis no SUS. “A mensagem é de ampliação do acesso, acolhimento e utilização das consultas de planejamento sexual e reprodutivo como uma oportunidade de promoção à saúde das mulheres”, disse.

Entre os 38 municípios contemplados nessa primeira fase estão Almirante Tamandaré, Apucarana, Arapongas, Araucária, Cambé, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Campo Mourão, Cascavel, Castro, Cianorte, Colombo, Curitiba, Fazenda Rio Grande, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Guarapuava, Ibiporã, Irati, Londrina, Marechal Cândido Rondon, Maringá, Medianeira, Palmas, Paranaguá, Paranavaí, Pato Branco, Pinhais, Piraquara, Ponta Grossa, Prudentópolis, Rolândia, São José dos Pinhais, Sarandi, Telêmaco Borba, Toledo, Umuarama e União da Vitória. Com informações da Agência Estadual de Notícias.

Fonte: Redação

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