O pagamento do 13º salário deve injetar mais de R$ 307 milhões na economia de Apucarana e Arapongas neste ano, segundo o Dieese. O montante representa alta de 63% em relação ao ano passado e beneficia 85.328 trabalhadores formais nos dois municípios, além de mais de 2,9 milhões em todo o Paraná.
Em Arapongas, 43.876 trabalhadores com carteira assinada receberão, em média, R$ 3.628,95, movimentando um total de R$ 159.223.744 — valor 50% maior que no ano anterior. Em Apucarana, 41.452 empregados formais terão abono médio de R$ 3.577,83, o que soma R$ 148.308.312, um avanço de 81% ante 2024.
Consumo, dívidas e reservas
💬 Grupo do WhatsApp
Para o economista e secretário Municipal da Fazenda de Apucarana, Rogério Ribeiro, o grande volume de recursos tende a elevar o consumo no fim de ano, mas parte relevante deve ser destinada à quitação de dívidas e a reservas para despesas de início de ano, como IPVA, material escolar e IPTU.
“No primeiro caso, do endividamento, acredito que muitas pessoas deverão quitar ou renegociar suas dívidas para ficarem adimplentes. Já no segundo caso, o nível de reserva irá diminuir com a redução no IPVA promovida pelo Governo do Estado e também por conta da ação da Prefeitura Municipal em distribuir os uniformes com tênis e mochilas inclusos e o material escolar”, analisa.
Segundo ele, parte do dinheiro injetado no município vem da segunda parcela do abono dos servidores. “Os servidores municipais receberão metade do 13º salário agora no início de dezembro, pois a outra metade foi paga em julho. Do total estimado, o equivalente aos servidores municipais atingirá os R$ 13 milhões”, informa Ribeiro.
Ribeiro também vê contribuição do mercado de trabalho para o fôlego da massa salarial, com ganhos reais em várias categorias. “Também temos que considerar o aumento do nível de emprego”, aponta Rogério.
Comércio otimista
A presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Apucarana (Sivana), Aída Assunção, afirma que os lojistas estão otimistas para a entrada do 13º no circuito local. “É o momento que todos os lojistas esperam para que possa fortalecer, especialmente o comércio, que é a época dos presentes e da alegria. Todos estão na expectativa e mais do que nunca tendo esses valores mais expressivos sendo injetados na economia e no nosso município”, pontua.
Arapongas
O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Arapongas (Acia), Anderson Molina, credita o aumento de 50% no total a ser injetado no município ao crescimento do emprego formal. “O mercado de trabalho local continua bastante aquecido. É comum vermos, tanto no comércio quanto nas indústrias, comunicados divulgando vagas de trabalho”, destaca.
Ele lembra ainda o comportamento sazonal dos pagamentos. “Historicamente a população usa a primeira parcela do décimo terceiro para quitar suas dívidas ou poupar. Já a segunda parcela é direcionada para as compras, principalmente as compras de Natal, o que dá um ânimo enorme para o comércio”, comenta.
Como o Dieese calcula
Para estimar o impacto, o Dieese utiliza dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. No caso da Rais, são considerados todos os assalariados com carteira assinada, empregados no mercado formal, no setor público (celetistas ou estatutários) e privado, que trabalhavam em dezembro de 2023, acrescidos do saldo do Caged de janeiro de 2024 a setembro de 2025.
Ficam de fora do cálculo empregados domésticos com carteira assinada; aposentados e pensionistas do RGPS/INSS e dos RPPS da União, Estado e municípios. Também não entram autônomos, assalariados sem carteira ou outras formas de inserção que eventualmente recebam abono, nem casos de categorias que antecipam parte do 13º por Acordo ou Convenção Coletiva, por falta de dados mensuráveis no nível municipal.
Fonte: TNOnline
